domingo, abril 30, 2006


Insanidade vs Imortalidade

Espiritos rodeiam-me
Amedrontando-me
Brincam…
Cantam

Dançam
De maneira mórbida
Segregam segredos indecifraveis
Numa lingua desarticulada
Que fere os ouvidos
E nos penetra na alma
Como facas em brasa

Assisto…
Enquanto mexem nos meus cabelos
Gelados…
MORTA (!)
Numa tômbola de vidro
Onde todos podem ver a minha imortalidade
E com ela se ofenderem ou envorganharem

Riem-se para mim
Tocam-me
Com um toque quente e húmido
Que me excita
E me deixa sedenta do seu sangue
Da sua Imortalidade…

Vieram me buscar
Para as entranhas do Inferno
Onde sou esperada
Como se espera a casta donzela
Como se espera quem tem um relacionamento incestuoso com o próprio demo
Oh! Meu pai
Pai de toda a liberdade e loucura
A loucura
A insanidade que procuro e tanto anseio!